Relatório da Abraji aponta aumento da violência contra jornalistas
"A liberdade constitucional de informação pressupõe um jornalismo equilibrado e independente, com liberdade ao exercício da profissão. A agressão ao jornalista ofende a ordem constitucional do estado democrático" defendeu nesta terça-feira (29), o presidente nacional da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, durante sua participação na reunião anual do Fórum Permanente da Indústria da Comunicação (Forcom), onde palestrou sobre “O constitucional direito à liberdade de expressão”.
Conforme matéria publicada pelo jornal O Globo, de 11 de junho até hoje, 102 jornalistas foram agredidos em protestos no Brasil. O levantamento é da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e foi divulgado em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo. Do total, 77 partiram da polícia e 25, de manifestantes.
Somente no estado de São Paulo foram contabilizados 39 casos de violência contra profissionais da imprensa. No Rio de Janeiro, foram 23, oito a mais do que em Brasília (15).
- Nos últimos três anos, observamos um aumento nos casos de agressão contra jornalistas – disse Guilherme Alpendre, diretor-executivo da Abraji, informando que, em média, entre 5 e 8 jornalistas são assassinados anualmente no Brasil, no exercício da profissão.
Neste ano, o crescimento da violência teve uma proporção inédita, segundo o presidente do sindicato paulista da classe, Guto Camargo.
- Desde a ditadura não aconteceram tantos atos de violência. E a pesquisa mostra que em mais de 80% dos casos a agressão parte da PM. Portanto, trata-se de um problema político. Em última instância, o Estado é responsável por essa agressão.
Uma das vítimas mais graves das recentes agressões sofridas por jornalistas é o fotógrafo freelancer Sérgio Silva. Numa manifestação na noite do dia 13 de junho, ele foi atingido no olho esquerdo por uma bala de borracha, e perdeu 100% da visão daquele olho. Para ele, há abuso de autoridade.
- Não vimos posição da Secretaria de Segurança Pública. Nós, profissionais de imprensa, temos sido vítimas e alvos.
Fonte: Conselho Federal OAB
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